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INFANTIL

Escoliose: a doença que afeta um em cada 30 jovens Numa sala de aula, pelo menos um estudante poderá ter escoliose. Frequentemente detetada na adolescência, pode ser tratada com técnicas inovadoras que preservam o crescimento da coluna. C aracterizada por uma curva na coluna vertebral em forma de S ou C, a escoliose tem maioritariamente origem numa alteração genética cuja explicação ainda não se conhece, o que dificulta qualquer ação preventiva. “Existem escolioses secundárias a doenças preexistentes, sobretudo doenças neuromusculares, tumores, fraturas, e malformações congénitas das vértebras, mas, em 80% dos casos, não existe uma causa objetiva conhecida. Chama-se escoliose idiopática e tem por trás uma alteração genética que não é modificável. A grande maioria aparece após os 10 anos de idade, fazendo com que a mais comum seja a escoliose idiopática do adolescente”, esclarece Nuno Alegrete, Coordenador da Unidade de Ortopedia da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Porto. É mesmo na infância e no início da adolescência, fases de crescimento mais rápido, que a escoliose tende a surgir, estimando-se que afete um em cada 30 jovens. Devido à sua imprevisibilidade, torna-se especialmente importante que os pais, médicos de família, pediatras e, até, professores de Educação Física e treinadores estejam atentos ao desenvolvimento da coluna da criança e a qualquer sinal que possa indicar uma deformação, como uma assimetria corporal ou dores.

Para diferentes escolioses, diferentes tratamentos A escoliose é diferente de pessoa para pessoa: o tipo de curva, a sua localização e a sua magnitude (o ângulo da curvatura) poderá ser mais ou menos acentuada. Consequentemente, os tratamentos variam de acordo com as possíveis causas, a gravidade e o tipo de curva da escoliose em análise. “Nas curvas mais pequenas, a fisioterapia pode ser útil. Em cerca de 75% das curvas entre os 25º e os 40º, que são curvas moderadas, o uso adequado de colete (ortóteses) pode parar a sua progressão. Já os casos mais graves são tratados através de cirurgia: fusão vertebral (um procedimento cirúrgico que corrige a curvatura através da união das vértebras envolvidas, utilizando sistemas de fixação rígida, com parafusos e barras), ou técnicas mais inovadoras em que essa fusão é evitada”, explica o especialista. O conhecimento sobre a escoliose e os seus efeitos no bem-estar do doente tem vindo a evoluir nos últimos anos, refletindo-se na abordagem médica e nos tratamentos disponíveis. Recentemente, surgiram opções menos invasivas, como o Sistema de Distração Dinâmico Posterior (PDDD), o Vertebral Body Tethering (VBT) e o Posterior Vertebral Pedicular

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