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saúde

ONCOLOGIA

VANTAGENS DA CIRURGIA ROBÓTICA

Recuperação mais rápida, com menos dor e cicatrizes mínimas

Menor risco de complicações, como sangramento e infeções

Maior precisão que permite remover com segurança o tumor, fazer uma reconstrução melhor do rim e, assim, manter a função renal

Cirurgia robótica: curar o doente e dar-lhe qualidade de vida A cirurgia é o tratamento mais indicado para o cancro do rim. Podem ser usadas outras técnicas, como a ablação – destruição do tumor utilizando diferentes fontes de energia, como o frio, a crioterapia ou a radiofrequência – mas a intervenção cirúrgica é o procedimento aconselhado pela Associação Europeia de Urologia, permitindo alcançar os três objetivos do tratamento deste cancro. “O primeiro objetivo é curar o doente e isso passa pela remoção do tumor. O segundo é fazer essa remoção de uma maneira que permita ao doente manter uma boa qualidade de vida, sendo o menos invasivo possível na técnica utilizada. O terceiro é tentar manter a função do rim”, enumera o urologista. Dependendo do tamanho e da localização do tumor, a intervenção pode passar por uma Nefrectomia Parcial para remover apenas a massa cancerígena – quando o tumor tem menos de sete centímetros – ou por uma Nefrectomia Radical, que implica retirar totalmente o rim afetado. A realização da intervenção por meios minimamente invasivos, nomeadamente por laparoscopia ou por via robótica, ambas realizadas na CUF, tem vindo a ganhar expressão pelos benefícios por comparação à cirurgia aberta clássica. E quando se junta a técnica RSD desenvolvida por David Subirá, as mais-valias ganham ainda maior expressão. “Esta associação permite ter uma recuperação pós- cirúrgica muito mais rápida, com uma menor taxa de complicações pós-operatórias, nomeadamente hemorragias, e permite melhorar

a função renal a médio e longo prazo”, descreve o urologista. Foi o que aconteceu no caso de Maria Teresa Matias, relata David Subirá, apesar dos desafios. “O tumor estava numa região pouco visível, por isso tivemos de utilizar a cirurgia robótica associada à ecografia intraoperatória para localizar a massa. Depois de localizado, retirámos o tumor e colocámos o molde RSD desenhado para ocupar esse espaço”. Três dias depois, Maria Teresa teve alta e retomou por completo a sua vida normal passados 15 dias. Importância do diagnóstico atempado O caso de Maria Teresa Matias ilustra uma doença cada vez mais prevalente na população. Os casos de cancro do rim têm vindo a aumentar, muito por causa do estilo de vida que fez crescer os números do tabagismo, da obesidade e da hipertensão, considerados os principais fatores de risco para a doença, mas também pelo melhor acesso a meios de diagnóstico por imagem, como as ecografias e a TAC. “Em muitos casos, estes tumores são detetados porque as pessoas vão fazer esses exames devido a outro motivo de saúde e acabam por identificar o tumor do rim na imagem”, relata David Subirá. Quando o diagnóstico é realizado de forma inesperada, muitas vezes significa que a doença está numa fase inicial, sem sintomas, o que melhora significativamente o prognóstico. Daí que o urologista reforce a importância do diagnóstico precoce

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ANTÓNIO PEDROSA (4SEE)

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