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UMA RESPOSTA ESPECIALIZADA PARA A SUA SAÚDE
MANUEL CARAPETA
Uma viagem com sabor a vitória M anuel Carapeta vive com os pais na região do Oeste e é um apaixonado por motas e bicicletas. Por isso, a licença de condução de motociclos de 50 cilindradas (cc), que o obrigou a viajar sozinho em transportes públicos até Lisboa nas últimas férias da Páscoa, teve sabor a vitória. Sobretudo, depois de um ano em que a ansiedade ameaçou limitar-lhe o dia a dia. Maria João Oliveira, mãe de Manuel, filho único, conta que o rapaz “sempre gostou de conviver com os amigos e da vida ao ar livre”. Por isso, quando, entre os 12 e os 13 anos, começou a revelar medos de “coisas pouco lógicas”, os pais estranharam. “Uma vez, foi ao supermercado com um amigo e levava uma garrafa de água na mochila. À saída, o amigo disse-lhe que devia ter avisado o segurança que levava a garrafa e ele fez daquilo um drama: esteve muito tempo sem ir ao supermercado porque pensou que podiam suspeitar que tivesse roubado a garrafa”, recorda Maria João. Numa outra vez, foi o facto de atravessar fora da passadeira, à vista de um polícia, a gerar um episódio de ansiedade. “Começou a ficar muito ansioso de manhã e sem vontade de ir à escola. E contou-nos que no intervalo ia para a biblioteca”, recorda a mãe, que viu neste comportamento mais um sinal de alerta. “Ele nunca foi um miúdo de ler muito e gosta de estar com pessoas. Para mim, foi um indício de que alguma coisa não estava bem”, conta Maria João, que também o notava mais calado e fechado sobre si. Quando lhe sugeriu que devia ir a uma consulta
de Psicologia, Manuel recusou, mas, passados alguns dias, foi o próprio quem pediu aos pais para agendar a consulta. Foi por indicação de um antigo professor de Manuel que chegaram à consulta de Margarida Crujo. Durante cerca de um ano, Manuel conjugou consultas mensais de Pedopsiquiatria com consultas de Psicologia semanais. Uma abordagem que, para Maria João Oliveira, fez a diferença. “Foi muito importante ser acompanhado e ter conseguido ultrapassar esta fase. Acredito que também lhe dê alguma bagagem para o futuro”, afirma a mãe do adolescente. Depois de anos de acompanhamento, Manuel teve alta das duas consultas. “Há situações que o deixam ansioso, mas eu nem me apercebo porque ele está a conseguir lidar muito bem com elas. O Manuel gosta muito de bicicletas e motas e nas férias da Páscoa quis tirar a licença de mota em Lisboa. O pai foi a primeira vez com ele e depois foi sempre sozinho, algo completamente fora do que está habituado”, relata Maria João, para quem este é o melhor exemplo da recuperação do filho. Para Margarida Crujo, tão importante como as consultas terapêuticas ou a medicação foi a “disponibilidade da família para ser ajudada”. “Nem sempre há uma recetividade tão grande às abordagens. A família acreditou que pequenas coisas podiam fazer uma grande diferença e o percurso da vida do Manuel e da família pôde ser modificado”.
“Foi muito importante ser acompanhado e ter conseguido ultrapassar esta fase. Acredito que também lhe dê alguma bagagem para o futuro”
Maria João Oliveira (mãe de Manuel Carapeta)
38 | +vida
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