Revista+Vida 34 |Uma resposta especializada para a sua saúde

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UMA RESPOSTA ESPECIALIZADA PARA A SUA SAÚDE

De pequenino se cuida da saúde com abrangência

Cerca de metade dos casos de patologia psiquiátrica em adultos tem início antes dos 14 anos e 75% começam antes dos 25. “São números demasiado importantes para negligenciarmos o que pode ser a saúde mental das nossas crianças e adolescentes”, alerta Margarida Crujo, pedopsiquiatra no Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas e Coordenadora de Pedopsiquiatria e da Unidade de Saúde Mental do Bebé, da Criança e do Adolescente do mesmo hospital. “Temos de olhar para a saúde de uma forma abrangente e aliar a saúde mental à saúde física”, caso contrário “não estamos a falar de saúde de facto”, defende. Para a médica, a literacia em relação à saúde é essencial para permitir à população estar mais alerta e identificar situações eventualmente preocupantes. “Esta amplitude de olhares torna-nos mais preparados, como técnicos e enquanto sociedade, para ter um papel mais preventivo do que podem ser mais tarde as patologias do adulto”, garante. É esta a premissa da CUF que está na base da criação de centros como o Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas, onde as famílias têm acesso a uma oferta completa de serviços que vai do diagnóstico ao internamento, passando pelo atendimento permanente e pelos exames complementares. “Temos uma abrangência naquilo que podem ser os cuidados de que uma criança precisa desde o seu nascimento até ao fim da adolescência”, diz Margarida Crujo. Esta abordagem leva a um trabalho de equipa: “há uma articulação entre os vários profissionais que acompanham os nossos meninos, porque muitas vezes é necessária a integração das observações de colegas de outras especialidades. O que oferecemos no Centro da Criança e do Adolescente acaba por se estender para fora de cada consulta especializada, de cada Unidade Autónoma e até mesmo para fora do hospital, envolvendo, por vezes, os educadores ou professores”, explica a médica. A forma como esta articulação é feita nem sempre é igual. “De acordo com as características de cada caso, definimos uma estratégia de intervenção. Dentro do Centro da Criança e do Adolescente temos reuniões em que discutimos as situações em equipa e em que participam todas as pessoas que intervêm no terreno, desde as várias valências dentro da Pediatria,

os pedopsiquiatras, os psicólogos, os neuropediatras ou os pediatras do desenvolvimento”, refere Margarida Crujo. Na prática, e no que toca às consultas de Pedopsiquiatria, isso implica que, depois de recolhidos os sinais e sintomas junto da criança e da família e de ser feita uma primeira tentativa de diagnóstico, seja proposta uma abordagem terapêutica com diferentes tipos de intervenção. “Pode passar por consultas terapêuticas de Pedopsiquiatria ou consultas de Psicoterapia, mas podemos ter de intervir junto de estruturas comunitárias e/ou de recorrer a medicamentos”, explica a médica. Desde bebés a jovens no final da adolescência, os casos acompanhados, por exemplo, na Unidade de Saúde Mental do Bebé, da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas, que coordena, são os mais diversos. “Vemos muitas crianças ansiosas, muitas crianças e adolescentes deprimidos, muitas alterações de comportamento – dificuldade em corresponder a limites, birras, automutilações. Também vemos alterações do sono e alterações alimentares”, enumera a pedopsiquiatra para quem, mais do que os sintomas que levaram ao agendamento da consulta, é importante aprofundar o que pode estar na sua origem. “Uma criança com intolerância à frustração pode estar numa fase do desenvolvimento em que isto faz parte, mas há outras alturas em que pode ser um sinal de alguma situação psicopatológica, se outros sintomas estiverem presentes. Há que ver caso a caso”, conclui.

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LUÍS SOUSA (4SEE)

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