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UMA RESPOSTA ESPECIALIZADA PARA A SUA SAÚDE
PAULA OLIVEIRA
“Foi com os exames de rotina que o tumor foi detetado” P aula Oliveira, de 60 anos, divide os dias entre a casa e a escola, onde é professora de matemática. É acompanhada pelo neurocirurgião Rui Vaz há 16 anos, desde que surgiu o seu primeiro tumor cerebral. Depois disso, teve duas recidivas, a última das quais foi diagnosticada há cerca de um ano. “Tanto há dez anos como agora, foi com os exames de rotina que o tumor foi detetado. Não tinha dores de cabeça, não suspeitava de nada, mas faço ressonâncias todos os anos. Em setembro, o Dr. Rui Vaz ficou ‘com a pulga atrás da orelha’ ao ler o relatório”, conta. Um novo exame feito em dezembro confirmou as suspeitas da presença de um tumor. Paula foi operada a 29 de janeiro e teve alta uma semana depois. Ao contrário do que aconteceu nas vezes anteriores, depois da cirurgia realizou radioterapia no Instituto CUF Porto e quimioterapia oral, sendo acompanhada por Oncologia no Hospital CUF Porto. Tal como nas anteriores cirurgias, foi feita a extração total do tumor, explica Rui Vaz. “A cirurgia permitiu fazer a remoção completa da lesão com a colaboração da neuronavegação. Mas, em conjunto com a anatomia patológica, considerámos que era necessária uma abordagem diferente e, em cada momento, adaptámos a opção à doente conforme a evolução e os resultados anatomopatológicos”, adianta o neurocirurgião. Foi também usada uma técnica inovadora que ‘tinge’ temporariamente e de cores diferentes o tumor e o tecido cerebral. “Muitas vezes, os tumores cerebrais são infiltrativos e temos dificuldade em identificar o que é tumor e onde começa o cérebro. Desde há uns anos, é possível, administrando previamente um corante e utilizando um foco de luz específico no microscópio cirúrgico, pintar o cérebro (violeta) e o tumor (róseo) de cores diferentes, dada a diferente fotossensibilidade dos tecidos. Assim conseguimos maior segurança e uma maior probabilidade de uma remoção mais radical”, refere Rui Vaz. “O Dr. Rui Vaz é o médico que me acompanha há 16 anos e não o trocaria”, diz a professora, que só deve voltar à escola em 2025. Até lá, tem o apoio da família e os cozinhados da mãe, que se esforça por enganar a falta de apetite da filha. Fora isso e o cansaço que sentiu durante a radioterapia, a vida vai voltando ao normal. “No verão fui à praia, andei nas ondas e não me senti cansada. Só não podia estar ao sol, mas, só com o ar, ainda ganhei uma corzinha”.
Paula Oliveira com Rui Vaz • Coordenador do Centro de Neurociências no Hospital CUF Porto
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ANTÓNIO PEDROSA (4SEE)
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