“As equipas diferenciadas garantem que o doente recebe cuidados integrados, promovendo uma abordagem mais completa, individualizada e eficaz” fadiga extrema, falta de ar e inchaço nas pernas”, explica Fátima Franco. No entanto, quando existem condições preexistentes, como miocardite, doenças genéticas ou na sequência de um enfarte em idade precoce, pessoas mais jovens também podem apresentar insuficiência cardíaca. Por envolver múltiplos órgãos e sistemas, e devido ao facto de muitos dos sintomas serem variáveis e imprevisíveis, a insuficiência cardíaca é considerada uma doença complexa, exigindo por isso um “acompanhamento contínuo e multidisciplinar”. Além do médico, o seguimento inclui enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. “O objetivo é controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e prevenir a progressão da doença e complicações, como descompensações e hospitalizações. Ou seja, são necessárias consultas regulares, monitorização de sinais e sintomas, ajuste contínuo de medicação, controle rigoroso da dieta, prática de exercício físico supervisionado e suporte psicológico”, enumera a médica. Equipas diferenciadas, como as que existem nas unidades de Insuficiência Cardíaca dos hospitais CUF Coimbra e CUF Viseu, são, por isso, de extrema importância, pois “garantem que o doente recebe cuidados integrados, desde o controle dos sintomas até ao apoio emocional, promovendo uma abordagem mais completa, individualizada e eficaz”, lembra Fátima Franco. O tratamento combina abordagens tecnológicas, farmacológicas e comportamentais, com as inovações tecnológicas a assumirem um papel cada vez mais proeminente. Entre estas inovações contam-se a terapia de ressincronização cardíaca, o desfibrilador automático implantável, dispositivos de assistência ventricular, bem como sistemas de monitorização remota que, ao medirem a pressão nas artérias pulmonares do doente (que permanece em casa) e transmitirem a informação ao médico assistente, permitem intervenções mais rápidas e personalizadas, enquanto reduzem o número de hospitalizações.
Fátima Franco • Coordenadora da Unidade de Insuficiência Cardíaca do Hospital CUF Coimbra
UNIDADE DE REABILITAÇÃO CARDÍACA DO INSTITUTO CUF PORTO
O principal objetivo da Unidade de Reabilitação Cardíaca do Instituto CUF Porto, cuja coordenação está a cargo do fisiatra Afonso Rocha, é a melhoria do estado de saúde geral e cardiovascular de doentes com história de doença cardíaca. Ao melhorar a condição física e tolerância ao esforço, e ao controlar tanto os sintomas associados à doença como os fatores de risco cardiovasculares, contribui-se para minimizar o impacto da doença, melhorar a qualidade de vida e reduzir o potencial de novos eventos cardiovasculares. A equipa multiprofissional – composta por um fisiatra, um cardiologista e um nutricionista, a que se junta, sempre que necessário, um psicólogo – trabalha com doentes num estado estável da sua doença cardíaca, nomeadamente pessoas com angina crónica, no pós-enfarte agudo do miocárdio ou a recuperar de intervenções como a angioplastia ou a cirurgia de bypass coronário. Todas as sessões de exercício decorrem sob supervisão médica permanente, com monitorização contínua de eletrocardiograma (telemetria) e vigilância de parâmetros vitais, entre os quais a saturação de oxigénio, a frequência cardíaca e a pressão arterial. O programa de exercícios é individualizado e delineado especificamente para cada doente.
Fátima Franco
+vida | 27
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