ligeiramente diferentes. “A prevalência a partir dos 70 anos aumenta bastante e temos hoje mais doentes valvulares do que teríamos há 20 ou 30 anos. Pelo contrário, na doença coronária, fruto dos melhores tratamentos e de algum sucesso com a prevenção, com um melhor controlo da hipertensão e do colesterol, a mortalidade tem vindo a diminuir progressivamente, tal como o AVC”, diz António Fiarresga. O atraso na procura de resposta por parte dos doentes é um dos desafios colocados ao diagnóstico e tratamento, nomeadamente da doença coronária. “Continuamos a ter muitos doentes que chegam ao hospital numa fase tardia do enfarte e os tratamentos que temos são tanto mais eficazes em salvar o miocárdio – e, muitas vezes, a vida do doente – quanto mais cedo forem implementados. E o atraso principal continua a ser o do contacto pelo doente”, lamenta o médico. “Ainda existem muitas pessoas que estão um dia ou dois sem procurar ajuda médica”, diz. O facto de os doentes serem cada vez mais idosos e com mais comorbilidades também é um desafio que tem vindo a ser ultrapassado com o desenvolvimento de tratamentos menos invasivos. “Há intervenções que já se fazem por cateterismo, em que os doentes nem precisam de anestesia geral, estão pouco tempo no hospital e retomam a sua atividade de forma muito breve. E isto já nos permite tratar um doente de 85 anos com estenose aórtica (uma doença grave em que a válvula aórtica fica cada vez mais estreita), algo difícil de considerar há 20 anos”, congratula o médico. “Há cada vez mais a necessidade de centros especializados e de excelência, com uso de técnicas de imagiologia cardiovascular modernas, assim como de uma abordagem interdisciplinar, nomeadamente de Cuidados Intensivos e da Medicina Física e de Reabilitação. Só assim se conseguem os melhores resultados para o doente”, defende o Coordenador do Centro de Coração e Vasos do Hospital CUF Tejo, um desses locais de excelência. Nele, trabalham em conjunto as disciplinas ligadas a esta área – a Cirurgia Vascular, a Cirurgia Cardíaca e a Cardiologia – com equipas dedicadas à imagiologia cardíaca avançada, e as equipas de Cardiologia de Intervenção diferenciadas no tratamento do enfarte, o que permite manter uma atividade neste campo durante 24 horas por dia, 365 dias por ano. Além disso, “temos uma equipa de Arritmologia que faz o diagnóstico e tratamento avançado das doenças arrítmicas”, explica o responsável, destacando que “o constante diálogo entre a Cardiologia e a Cirurgia Cardíaca permite orientar os doentes para os tratamentos mais adequados aos seus casos clínicos”, o que só é possível entre equipas habituadas a trabalhar juntas, defende António Fiarresga. Com doentes cada vez mais complexos, nomeadamente ao nível da doença valvular, são necessários profissionais com conhecimentos altamente diferenciados sobre os “vários tipos de próteses e de acessos”. É igualmente importante ter “estudos imagiológicos com TAC de última geração feitos por quem tem experiência”, continua o médico, que sublinha o papel da Cardiologia de Intervenção na qualidade e longevidade
da população. “Impactamos a saúde da população através do tratamento cada vez menos invasivo do enfarte agudo do miocárdio, da doença coronária crónica e da estenose aórtica”, afirma o médico.
Um olhar dedicado à insuficiência cardíaca Os internamentos hospitalares em população acima dos 65 anos têm na insuficiência cardíaca a sua principal causa. “À medida que envelhecemos, o coração pode enfraquecer ou sofrer mais com condições como hipertensão, diabetes e doença arterial coronária, que são as principais causas de insuficiência cardíaca”, explica Fátima Franco, Coordenadora da Unidade de Insuficiência Cardíaca do Hospital CUF Coimbra. Em Portugal, lembra a médica, estudos recentes mostram que, a partir dos 50 anos, uma em cada seis pessoas sofre da doença. Esta é uma patologia muito associada ao envelhecimento e ao facto de o músculo cardíaco deixar de conseguir bombear sangue de modo eficiente. “Não significa que o coração parou de funcionar, mas sim que está mais fraco ou tem dificuldade em fazer o seu trabalho como deveria. Quando o coração não consegue bombear bem, o corpo não recebe o oxigénio e nutrientes suficientes e isso pode causar alguns sintomas como
CENTRO DO CORAÇÃO E VASOS
Cardiologia, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Vascular e outras consultas especializadas , por exemplo:
Bloco Operatório
Em articulação com Unidades Autónomas , entre as quais: - Hipertensão Arterial e Risco Cardiovascular - Reabilitação Cardíaca Laboratório de Angiografia com equipamentos inovadores nas áreas da hemodinâmica, pacing e eletrofisiologia Cuidados Intensivos
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Exames Ecocardiografia de sobrecarga e transesofágica, Tomografia computorizada (TAC) e Ressonância Magnética (RM) cardíaca Atendimento Permanente
Internamento
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