HUGO BRAGA TAVARES Coordenador do Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Porto
DOENÇAS QUE PODEM OCORRER NESTE PERÍODO
Cardiovasculares e gastrointestinais Estas doenças têm vindo a aumentar, estando a hipertensão associada à obesidade. “São consequência de períodos prolongados de obesidade, relacionados com estilos de vida”, observa Hugo Braga Tavares, adiantando que cerca de 30 por cento dos adolescentes portugueses têm excesso de peso e de obesidade, sendo que muitos já foram crianças obesas. Alerta para a necessidade de implementar hábitos de vida saudáveis desde a infância. Doenças mentais Segundo a Organização Mundial de Saúde, metade destas doenças surge aos 14 anos, não sendo diagnosticadas nem tratadas na maior parte das vezes. O pediatra explica que as principais causas de morbilidade na adolescência em Portugal são as “desordens de ansiedade e a depressão”.
SINAIS DE ALERTA E RESOLUÇÃO
• Alteração súbita do desempenho escolar: pode significar que o jovem é vítima de bullying, tenha problemas de adaptação, mau relacionamento com os colegas, não esteja bem emocionalmente, durma mal, use as tecnologias de forma abusiva ou mesmo que consuma substâncias psicoativas. Pode também significar que o adolescente tem algum problema de aprendizagem ou exista uma desadequação do currículo escolar. Os pais devem tentar perceber o que se passa. • Isolamento patológico: alguns dos sintomas passam por falhas no relacionamento familiar e com os pares, e por falta de socialização. “O isolamento é um dos sinais próprios da maturação do adolescente que deve ser respeitado, mas sem ultrapassar certos limites”. Estes passam por “estabelecer momentos de partilha familiar (refeições, por exemplo), incentivar a atividade desportiva, social e lúdica”. • Mudança inesperada de comportamento: o adolescente pode tornar-se agressivo, apresentar alguma rigidez perante o estabelecimento de regras, ter uma preocupação excessiva com o corpo (dietas e restrições alimentares declaradas ou disfarçadas). Também pode revelar problemas de autoestima, uma questão a que os pais devem ficar particularmente atentos e, se necessário, procurar ajuda junto do pediatra ou psicólogo.
O USO DAS TECNOLOGIAS
No que respeita à sua utilização, registou-se “um crescimento exponencial com a pandemia”. O especialista diz que é urgente educar os jovens e as famílias para o uso adequado do telemóvel e do computador.
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