"Quanto mais cedo diagnosticarmos e tratarmos, menos as doenças vão evoluir e a pessoa terá mais saúde e qualidade de vida" para a boa resolução do problema, num exemplo que pode ser estendido “a todas as outras patologias”. “O ser humano é um corpo inteiro e os órgãos todos estão em comunicação. Há muitos exemplos em que esta multidisciplinaridade é essencial”, diz. Algo que, garante, é possível encontrar na CUF: “Conseguimos realizar um acompanhamento que vai desde a idade pediátrica ao doente idoso através de profissionais sub-especializados em cada uma destas áreas para dar o melhor tratamento possível”. A doença arterial coronária, a insuficiência cardíaca – que se estima que afete meio milhão de pessoas – e a fibrilhação auricular – um tipo de arritmia que afeta cerca de 10% da população mais idosa e que muitas vezes está relacionada com a hipertensão e a apneia do sono – estão entre as doenças cardíacas mais comuns na população portuguesa. No caso desta última, João Pedro Agostinho alerta para o facto de ser uma patologia que aumenta muito o risco de AVC e que, numa fase inicial, pode ser pouco sintomática. Com exceção das doenças com origem genética, muitas destas patologias podem ser evitadas. “Começamos com hipertensão, colesterol alto e obesidade, muitas vezes com o tabagismo e depois acaba por aparecer a doença arterial coronária, a angina de peito ou as arritmias, que vão danificando o coração progressivamente até os doentes desenvolverem insuficiência cardíaca”, diz. Nesta fase, já existe uma grande diminuição da qualidade de vida, daí a importância de um diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo diagnosticarmos e tratarmos, menos as doenças vão evoluir e a pessoa terá mais saúde e qualidade de vida”, diz o médico. “Se conseguirmos que as famílias reduzam o consumo de sal e de gorduras, façam uma dieta mais variada, pratiquem mais exercício e promovam uma vida menos stressante, vamos conseguir adiar muito o desenvolvimento destas doenças” garante João Pedro Agostinho. “Por vezes a consulta é importante para sinalizar um ou outro aspeto da nossa vida que é necessário mudar”, lembra o especialista que defende um modo de atuação que cruze diferentes especialidades médicas. Como exemplo, dá o caso da hipertensão ou da obesidade cujos doentes têm maior risco de desenvolver apneia do sono e, com isso, promover o desenvolvimento da fibrilhação auricular. “Tanto a apneia como a hipertensão vão promover o desenvolvimento da fibrilhação auricular. Geralmente o doente vem primeiro ao cardiologista porque tem a tensão descontrolada, nós identificamos fatores que podem indicar apneia do sono e referenciamos o doente ao colega da Pneumologia ou da Endocrinologia, tratando nós a hipertensão e excluindo a fibrilhação auricular”, explica João Pedro Agostinho, para quem é importante o tratamento global do doente
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