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CUIDAR DA SAÚDE DE TODA A FAMÍLIA
A importância da vigilância para um coração saudável
Pedro Agostinho • Cardiologista no Hospital CUF Tejo e na Clínica CUF Belém
Em Portugal, 68% da população apresenta dois ou mais fatores de risco para doenças cardiovasculares e 22% acumulam mais de quatro fatores. Estes dados, apurados num estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), deixam o alerta para a necessidade de uma postura preventiva. “Em grande parte das doenças cardiovasculares, muito antes de surgirem os sintomas já há problemas que podem ser tratados e que, regra geral, são assintomáticos”, alerta João Pedro Agostinho, cardiologista no Hospital CUF Tejo e na Clínica CUF Belém. Exemplos clássicos desses fatores de risco silenciosos são a hipertensão e o colesterol elevados. “Podem andar descontrolados durante muito tempo sem que surjam sintomas, mas se forem diagnosticados ainda nessa fase assintomática, quando ainda são fáceis de tratar e controlar, evitam o desenvolvimento dos sintomas e de doenças mais graves”, alerta o médico para quem faz todo o sentido marcar uma consulta para investigar este tipo de patologia. “Se não for procurada ajuda de um profissional nesta fase, o que pode acontecer é que vão surgir lesões que levam ao aumento do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), enfarte, ou
ao aparecimento de insuficiência cardíaca”, elenca João Pedro Agostinho. O cardiologista aponta ainda cinco grupos de sintomas que devem levar ao agendamento de uma consulta de Cardiologia. São eles a sensação de cansaço, falta de ar ou fadiga, que podem ser reveladores de doenças como insuficiência cardíaca; dor no peito que pode sugerir angina de peito; palpitações ou a sensação que o coração não está a bater corretamente; desmaios ou tonturas e inchaço das pernas. “As consultas de Cardiologia vão depender muito da história da família e da própria pessoa enquanto criança e adolescente. Faz sentido que alguém que não tenha tido nenhum problema em idade pediátrica vá a uma consulta de Cardiologia de vigilância depois dos 40 anos”, recomenda o cardiologista. Nesta altura é adequado fazer análises e exames para estudar fatores de risco cardiovascular como a hipertensão, o colesterol alto, a diabetes e, em função disso, continuar o seguimento ou não”, refere o médico. No caso das mulheres, esta consulta pode ser adiada até à pós-menopausa, altura em que o risco cardiovascular aumenta.
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MIGUEL MADEIRA (4SEE)
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