Não são, no entanto, estas as patologias que levam as pessoas à consulta de Oftalmologia nas duas primeiras décadas de vida. A ambliopia, também conhecida por “olho preguiçoso”, os erros refrativos - que incluem a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo - e o estrabismo são as patologias mais frequentes nas crianças e adolescentes. Cláudia Loureiro, aponta que “na infância, brincar ao ar livre mais de duas horas por dia, preferir a televisão a ecrãs de tablet/telefone e não ler no escuro, podem ajudar a prevenir o aparecimento de miopia”. Com o avançar da idade, algumas alterações nas funções do olho podem levar a que surjam novas queixas, havendo também o aumento do risco do aparecimento de alguns problemas, como é o caso da presbiopia - um problema fisiológico da idade, que surge sobretudo depois dos 40 anos. “O cristalino (uma lente natural do olho) torna-se mais rígido e por isso menos capaz de focar ao perto”, explica a oftalmologista. Também as cataratas, que se traduzem numa visão cada vez mais turva e enevoada e cujo tratamento é exclusivamente cirúrgico, são causadas por alterações na mesma estrutura. “O cristalino, que é transparente, com a idade torna-se mais amarelado e depois acastanhado”, explica a médica, que aponta a degenerescência macular e o glaucoma como outras das doenças associadas ao envelhecimento. Com a idade, também os músculos e os tecidos que permitem o movimento das pálpebras perdem força, conduzindo a uma série de outras patologias. Em qualquer dos casos, Cláudia Loureiro acredita que um acompanhamento diferenciado e centrado nas necessidades de cada elemento da família pode fazer a diferença. “É fundamental. Um acompanhamento individualizado adapta-se às características de cada doente permitindo otimizar o diagnóstico, a prevenção e o tratamento. Hoje existe uma subespecialização dentro da área de oftalmologia, dependendo da estrutura anatómica afetada, que conduz a um diagnóstico mais eficiente e a um tratamento mais diferenciado com melhores resultados”, afirma a especialista. Além do mais, centrar o cuidado no doente é também promover a educação para a saúde, fundamental para que este “desenvolva os conhecimentos necessários e aumente a confiança para tomar decisões informadas”, defende a médica. Nos últimos anos, a especialidade médica de Oftalmologia tem registado avanços que vieram revolucionar a forma como as doenças oculares são abordadas, com ganhos notórios na qualidade de vida das famílias, garante Cláudia Loureiro. “No diagnóstico, temos a tomografia de coerência óptica (OCT) e a angiografia por OCT, que têm desempenhado um papel fundamental na doença do glaucoma e doenças da retina, como a retinopatia diabética e a degenerescência macular ligada à idade”, diz a médica. Já no que toca ao tratamento, é a terapêutica com injeções antiVEGF (fator de crescimento endotelial vascular) que “tem revolucionado o tratamento de doenças da retina”. “Além disso, a cirurgia ocular minimamente invasiva, como a cirurgia a LASER, as técnicas de microincisão e os microimplantes para reduzir a pressão intraocular, proporcionam recuperações mais rápidas e previsíveis e menos complicações na cirurgia refrativa, de retina, de catarata e de glaucoma”, refere a especialista que destaca ainda o
Cláudia Loureiro • Oftalmologista no Hospital CUF Santarém e na Clínica CUF Miraflores
desenvolvimento no fabrico de lentes intraoculares. “Na miopia, uma preocupação crescente a nível mundial, o desenvolvimento de lentes de óculos com uma tecnologia especial pode impedir a progressão na miopia das crianças”, avança Cláudia Loureiro, para quem a CUF se diferencia pelo corpo clínico com oftalmologistas de todas as áreas (geral, pediátrica, estrabismo, retina, córnea, glaucoma, cirurgia refrativa, inflamação ocular, neuroftalmologia, oculoplástica), e pelos equipamentos de diagnóstico e tratamento disponíveis.
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MIGUEL MADEIRA (4SEE)
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