Revista + Vida 27 | A saúde em primeiro plano

"O médico de família tem a função de orientar o doente para a especialidade correta." crónica traz-lhe o risco de, no futuro, sofrer determinadas complicações.” Cabe ao médico de família capacitar o doente crónico para conseguir controlar bem a sua doença – até porque, muitas vezes, surgem períodos de agudização ou descontrolo da patologia. “Por exemplo, perante uma infeção das vias aéreas ou uma síndrome gripal, uma pessoa com doença pulmonar obstrutiva crónica pode sofrer uma agudização da doença. O acompanhamento regular visa não só evitar as complicações futuras como minimizar a ocorrência de agudizações, de modo a que o doente tenha uma boa qualidade de vida.” O especialista em Medicina Geral e Familiar funciona ainda, nas palavras de Carlos Martins, como um coordenador de cuidados: “Por vezes, detetamos sinais e sintomas que nos indicam que o doente precisa de cuidados médicos de outras especialidades. O médico de família tem a função de orientar o doente para a especialidade correta.” Para o Coordenador de Medicina Geral e Familiar no Instituto CUF Porto, a rede CUF tem uma vantagem importante, ao trabalhar com todas as especialidades: “Facilmente orientamos o nosso doente para a especialidade certa na altura certa e no tempo devido.”

Carlos Martins • Coordenador de Medicina Geral e Familiar no Instituto CUF Porto

e até sabe que ele está a passar uma fase difícil, com alguma tensão ao nível profissional ou familiar.” Efetivamente, os exames globais de saúde feitos no âmbito de uma Consulta de Medicina Geral e Familiar levam em conta as características individuais de cada pessoa. “Há estilos de vida que se associam a um maior padrão de risco de doença, pelo que até os podemos ter em conta para tomar decisões do ponto de vista dos exames complementares de diagnóstico ou de aconselhamento clínico”, explica o médico. As visitas regulares ao médico de Medicina Geral e Familiar permitem, deste modo, evitar doenças de maior gravidade ou detetá-las em fase precoce, ao mesmo tempo que ajudam a manter a vigilância de patologias como diabetes ou hipertensão que, quando não controladas, podem dar origem a situações graves. Carlos Martins reforça a importância de manter a saúde controlada e não adiar a procura do médico, especialmente no caso dos doentes crónicos. “Houve períodos, na atual pandemia, em que se gerou um certo receio, o que acarretou um risco de agravamento das doenças crónicas”, explica. “Um doente com diabetes tipo 2 pode precisar realmente de uma consulta trimestral. O facto de ter uma doença

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MIGUEL PROENÇA (4SEE)

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