Revista + Vida 28 | Cancro da Mama

editorial

Cancro da mama em 2021: muito progresso e muita esperança

Se a doença é diagnosticada precocemente, a taxa de sobrevivência é muito alta, podendo chegar acima dos 95%. Se diagnosticada em estadios mais avançados, é inferior a 30%. O rastreio do cancro da mama é fundamental, permitindo um diagnóstico precoce numa fase sem sinais ou sintomas, descobrindo tumores muito pequenos, não palpáveis, só detetados em mamografia ou ecografia, numa fase inicial não invasiva, permitindo tratamentos mais conservadores e menos mutilantes, assim como uma sobrevivência mais longa. O cancro da mama não é uma doença, mas múltiplas doenças, com obrigatoriedade de individualizar o tratamento a cada doente. O tipo de tratamento e a duração desse tratamento devem ser ajustados a cada caso. Assim, desde o diagnóstico, tratamento e seguimento, a abordagem deve ser multidisciplinar. As diversas especialidades devem atuar em conjunto e em tempos articulados para se obterem os melhores resultados. A CUF criou e desenvolveu as Unidades da Mama em diversos hospitais CUF, constituídas por equipas especializadas e dedicadas à abordagem da patologia mamária. As diversas Unidades da Mama dão uma resposta completa e atempada a todas as necessidades da mulher: prevenção, diagnóstico, tratamento e seguimento. Através de uma organização clínica de gestão integrada, permitem o acesso às terapêuticas e tecnologias mais avançadas. Todos os casos são discutidos numa reunião multidisciplinar de decisão terapêutica onde se discute a melhor abordagem diagnóstica e terapêutica com base em protocolos de atuação que seguem os padrões e linhas orientadoras internacionais mais exigentes. De salientar que, no caso da Unidade da Mama CUF em Lisboa, constituída por dois polos (Hospital CUF Tejo e Hospital CUF Descobertas), esta se encontra certificada como centro especializado no diagnóstico e tratamento do cancro da mama em Portugal pela EUSOMA – European Society of Breast Cancer Specialists, uma das mais prestigiadas organizações internacionais nesta área. Uma Unidade que tem também diversos ensaios clínicos a decorrer, contribuindo para o desenvolvimento de novas terapêuticas no cancro da mama. É precisamente ao cancro da mama e às Unidades da Mama CUF, integradas na rede da CUF Oncologia, que damos destaque nesta edição especial que conta com a opinião dos nossos especialistas e com as histórias inspiradoras das nossas doentes que lutaram e sobreviveram ao cancro da mama.

Ana Raimundo Diretora Clínica da CUF Oncologia

O cancro da mama é o cancro mais frequente no sexo feminino e corresponde à segunda causa de morte por cancro na mulher. Em Portugal, são diagnosticados cerca de 7000 novos casos de cancro da mama por ano, constituindo um problema de saúde pública. Nas últimas décadas observou-se uma evolução enorme no conhecimento da biologia e história natural desta doença, alargamento dos programas de rastreio, aplicação de novos meios de diagnóstico e tratamento, utilização de novos agentes de tratamento sistémico e uso de várias metodologias para avaliar o impacto do tratamento na qualidade de vida das doentes e dos sobreviventes de cancro. Deste modo, e são boas notícias, apesar do aumento da sua incidência, observamos uma redução da mortalidade por este tipo de cancro.

RAQUEL WISE (4SEE)

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